segunda-feira, 15 de maio de 2017

Como relacionar Fernando Pessoa com as tecnologias

Maneiras de inserir Fernando Pessoa nas tecnologias


            Com a tecnologia avançando, temos diversos meios para reproduzir arte, não importando que tipo de arte seja. Tudo se tornou mais fácil, prático e acessível à todos, basta só um clique, uma busca ou até mesmo um interesse das pessoas, para se encontrar tudo na internet.
            Essas pessoas, que hoje em dia não sai das redes sociais, que ficam conectados com tudo e com todos, acabam buscam e deixando métodos que antes eram bastante utilizados (livros), para se manterem conectados com tudo que acontece ao seu redor e em todo o mundo.


            Pensando-se nisso, resolvemos desenvolver um aplicativo, do qual as pessoas podem ter em seu celular, computador ou tablet, algumas informações e conhecer um pouco sobre Fernando Pessoa. A ideia inicial era se criar um jogo do qual chamaria a atenção dos jovens. Esse jogo seria parecido com Darksiders 2, Tomb Rider, God of War, Uncharted, Gears of War, Assassin's Creed, Prince of Persia, Final Fantasy, GTA, Metal Gear Solid, Silent Hill, Resident Evil, Watch Dogs, entre outros, do qual falaria sobre a vida do personagem, de quem foi Fernando Pessoa, o que ele fez em sua vida. Este jogo teria como objetivo você viver a vida do personagem, descobrir quem ele era, o que ele fazia, resolver os mistérios de sua vida, buscar entender ele e os seus heterônimos e é claro existiriam diversos personagens, do qual você teria que jogar, para poder tentar passar de fase e vencer o jogo.
            O objetivo do jogo é fazer com que os jovens aprendam e se interessem por Fernando Pessoa, não por simplesmente a escola obrigar, mas sim por eles quererem saber quem foi Fernando Pessoa. O objetivo do aplicativo é o mesmo, a diferença dos dois é que no jogo o jogador tem missões do qual deve cumprir pra conhecer e finalizar o jogo, e no aplicativo o usuário, tem a opção de ver vídeos, ouvir músicas, ver fotos, etc., além de poder comentar sobre o aplicativo.


 Link do aplicativo: http://m.app.vc/fernando-pessoa#/home

Referências Bibliográficas:
MASSAUD MOISÉS. A literatura portuguesa. Ed. Cultrix. São Paulo, 2010. Edição 37. 2ª reimpressão, 2015.






domingo, 14 de maio de 2017

Fernando Pessoa - Galeria

Fernando Pessoa



Alberto Caeiro: "O Mestre"

Álvaro de Campos: "Tabacaria".
Navegar é preciso. Viver não é preciso.

O menino que era muitos poetas.

As diversas faces do poeta fingidor.



O Poeta é um fingidor.

Fernando Pessoa e "suas pessoas".
Telhados de Lisboa.



Fernando Pessoa e seus heterônimos.

"Não sei quantas almas eu tenho", Fernando Pessoa.

Referências Bibliográficas:
http://notaterapia.com.br/2016/11/22/os-16-melhores-memes-da-seriehoje-eu-acordei-meio/
http://oddarts.blogspot.com.br/2015/05/identidade-artistica-fernando-pessoa.html
http://www.revistaestante.fnac.pt/fernando-pessoa-trocado-por-miudos/
http://www.revistapazes.com/category/literatura/fernando-pessoa/page/2/
http://gotasgrafologicas.blogspot.com.br/2012/04/fernando-pessoa.html
http://brito-semedo.blogs.sapo.cv/436995.html
https://opiniaocentral.wordpress.com/tag/poemas-de-fernando-pessoa/
https://br.pinterest.com/teresabeja1/escritores-caricaturas-e-afins/?lp=true




Curiosidades sobre Fernando Pessoa

1ª - Fernando Pessoa era do signo de Gêmeos e gostava muito de Astrologia. Considerando que este signo zodiacal é representado pelo mito dos dois irmãos gêmeos Castor e Pólux, portanto, quem melhor do que estes dois gêmeos poderiam “proteger” este trabalho sobre os grandes marinheiros portugueses, elaborado pelo geminiano Fernando Pessoa e comentado pelo geminiano Vitorino de Sousa? Ele tinha mania de fazer mapas astrais de amigos, parentes, conhecidos e até personalidades históricas.
2ª - O poeta também tinha um grande interesse por esoterismo, maçonaria e fraternidade Rosa Cruz. Era também um grande admirador do mago britânico Aleister Crowley.
3ª - Cecília Meireles tinha como seu maior desejo em sua visita a Portugal, conhecer Fernando Pessoa, de quem seu marido também chamado Fernando, era amigo. Em 1934, eles marcaram um encontro em uma cafeteria em Lisboa, porém, Cecília ficou esperando por quase duas horas e Pessoa não apareceu. Quando ela voltou ao hotel, encontrou um livro e uma carta de Pessoa. Nela, ele pedia desculpas por não ter ido ao encontro. A razão para o não comparecimento nunca foram esclarecidas. Depois da morte de Cecília, Heitor Grilo, seu segundo marido, difundiu a versão de que Fernando Pessoa não foi porque o seu horóscopo apontava que aquele dia não era favorável a encontros. E nenhum outro o foi. Pessoa morreu um ano depois, sem jamais ter conhecido a poetisa brasileira.
4ª - Quando chegou atrasado a um encontro com José Régio, o poeta disse que era Álvaro de Campos e pediu perdão por Fernando Pessoa não ter podido ir ao encontro. 

5ª - Fernando Pessoa publicou quatro obras quando estava vivo, três delas são em inglês. Sendo eles: Antinous, 35 Sonnets e English Poems III Epithalamium. 
6ª -  No Bureau Internacional das Capitais da Cultura em 2008, Fernando Pessoa foi indicado com uma das 50 personalidades mais influentes da cultura europeia, junto com Da Vinci, Mozart e Einstein.
7ª - Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática. Porém, eu seu atestado de óbito consta “obstrução intestinal” como causa da morte.
8ª - O poeta português tinha o inglês como segunda língua, já que foi criado na África do Sul. Por isso, seus primeiros poemas foram publicados em inglês. Apenas uma década depois foi publicado seu livro em português.
9ª - Alguns afirmam que Fernando Pessoa foi o responsável pela introdução do planeta Plutão (atualmente rebaixado para a categoria de planetas-anões) em mapas astrológicos.
10ª - Conhecido como um brilhante poeta, Pessoa também trabalhou como jornalista, tradutor, crítico literário, editor, publicitário e até inventor. Ainda conseguiu um tempinho para exercer ativismo político.
11ª - O poeta só teve popularidade após sua morte. Morreu em 1935, mas suas obras só despertaram interesse do público na década de 40. Os seus poemas foram traduzidos após sua morte.
12ª - Ele não conseguia ver um lápis sem ponta. Antes de começar a escrever, ele costumava apontá-los. Dizem também que o poeta tinha o hábito de escrever de pé.
13ª - Pessoa tinha grande amizade com dois grandes poetas portugueses: Almada Negreiros e Mário de Sá-Carneiro. Correspondia-se intensamente com Carneiro, algo que só parou de acontecer com o suicídio do amigo.
14ª - Em 1903, Pessoa se candidatou a Universidade do Cabo da Boa Esperança. Na prova de exame para admissão, não obteve uma boa classificação, mas tirou a maior nota entre 899 no ensaio de estilo inglês. Recebeu por isso o Queen Victoria Memorial Prize.
15ª -  Maria Bethânia e Cleonice Berardinelli, fizeram um documentário juntas. Em pouco mais de uma hora, o documentário revela ao espectador a beleza da literatura do escritor ao mesmo tempo que, pela explicação de dona Cleo (como também é conhecida), traça uma espécie de biografia dele e comentários de suas obras. Ele guia os caminhos dos versos que a encantam. É na poesia de Fernando Pessoa (1888-1935) que Maria Bethânia se completa.

Referências Bibliográficas: 
http://notaterapia.com.br/2016/02/26/15-fantasticas-curiosidades-sobre-fernando-pessoa/ 
https://espacoastrologico.org/a-astrologia-e-fernado-pessoa-i/ 
http://praler.org/2012/05/06/encontros-e-desencontros-entre-cecilia-e-fernando/ 
http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=339 
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/cinema/noticia/2014/12/20/maria-bethania-e-cleonice-berardinelli-unidas-pela-poesia-de-fernando-pessoa-161303.php 

sábado, 13 de maio de 2017

Publicações

           Em 1907, Fernando Pessoa (ortônimo) herdou a editora e tipografia Íbis, de sua avó Dionísia que, instalada no bairro da Glória, mal chegou a funcionar.
          No ano de 1915, começou o Modernismo Português e nessa mesma época Fernando Pessoa havia criado um círculo de amizade com Mário de Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor, Raul Leal, Antônio Ferro. Juntos eles elaboraram a Revista Orpheu, que foi inspirada pelas vanguardas europeias com a intenção de quebrar o convencionalismo e idealizações românticas. A partir de 1916, os integrantes foram se desagregando desse projeto, seguindo individualmente com a carreira. Nas revistas Fernando Pessoa tinha a oportunidade de dar uma visibilidade para seu trabalho, pois livros eram caros e as revistas e jornais, mais econômicas. Portanto Orpheu não foi a única revista publicada por ele.


          Em 1921, fundou a Editora Olisipo, nela publicou os seus “English Poems I e II” e “English Poems III”, além de “A Invenção do Dia Claro”, de Almada Negreiros (1893-1970). Dois anos, em 1923, a Olisipo lançou o folheto “Sodoma Divinizada”, de Raul Leal (1886-1964), que foi alvo de um ataque moralizador pela Liga dos Estudantes de Lisboa e apreendido por ordem do governo, junto com as “Canções”, de António Botto (1897-1959). Então em 1924, Fernando Pessoa lança a “revista de arte” – a Athena com cinco números, ela era uma alternativa diferenciada de revista literária que não pretendia promover um projeto cultural, nem acionar um movimento, sendo apenas um espaço de reflexão teórica.


          E trabalhando paralelamente - uma vez que possuía conhecimento de edição - ele se juntou ao seu cunhado Francisco Caetano e fundou a ‘’revista de Comércio e Contabilidade’’, em 1926 e tinha como base seus conhecimentos comerciais que incluem uma visão do mundo da publicidade e textos ingênuos, com publicações mensais, durando apenas 6 números.

        Foi a partir de 1925 que Pessoa passou a trabalhar também na área de publicidade e propaganda, ao conhecer Manuel Martins da Hora, que seria o fundador da Empresa Nacional de Publicidade, a primeira agência de publicidade de Portugal. Mas a experiência não foi bem-sucedida, como lembra De Cusatis na introdução. Foi por volta de 1926-1927 que o poeta imaginou um slogan para a Coca-Cola, que então estava sendo lançada em Portugal, representada pela firma Moitinho d'Almeida Ltda., empresa para a qual o poeta prestou serviços como profissional autônomo. O slogan criado por pessoa indicava uma necessidade de seguir o proposto, e com isso, Ricardo Jorge (diretor de saúde de Saúde de Lisboa), processou o slogan alegando que se do produto faz parte a coca, da qual é extraído um estupefaciente, a cocaína, não podia ser vendida ao público.

Referências Bibliográficas: 
http://www.revistabula.com/1045-fernando-empregado-escritorio/ 
http://marijane.com.br/modernismo-em-portugal/
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/f00006.htm
http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/index.php?id=6433 

terça-feira, 9 de maio de 2017

Maneiras de inserir Fernando Pessoa em sala de aula

O objetivo da aula é incentivar o estudo da literatura e assim acordar o interesse do aluno. Porque a partir da literatura, ele (o aluno) consegue desenvolver suas capacidades de escrita, suas competências de leitura e sua capacidade de oralidade. É essencial ajudá-los ter interesse e aprender, principalmente, sobre a poesia clássica. Alguns pontos específicos que podem e devem ser trabalhados na sala de aula são: estimular o interesse dos alunos pela poesia clássica, “descobrir” Fernando Pessoa como poeta atual, estabelecer uma visão crítica aos temas inseridos e motivar a análise e pensamento críticos nos alunos. Ao invés de usar o método tradicionalista de “professor só falar e aluno só escutar”, pode-se usar a técnica da aula dinâmica. Uma ideia metodológica que pode ser utilizada na aula, é usar as músicas contemporâneas e conhecidas entre os jovens e relacioná-las com as obras de Fernando Pessoa, além de promover jogos e atividades que interessam os alunos.
Antes de introduzir a dinâmica, é essencial uma breve biografia sobre Fernando Pessoa. Começando pelos heterônimos, fazendo com que o aluno se questione ainda mais sobre o assunto. Aplicar as bibliografias que Pessoa criou para seus heterônimos é bastante importante também.
Terminada a pequena explicação, o primeiro passo é colocar a turma para escutar a música e logo depois iniciar uma discussão sobre o objetivo da canção, qual é seu tema principal, qual mensagem ela passa, e em seguida perguntar aleatoriamente a opinião de cada um, tendo assim uma aula interativa e expositiva. Posteriormente a isso, entregar um poema de Fernando Pessoa e pedir para a turma ler e analisar em voz alta.
Após a leitura, o aluno juntamente com o professor, terão que analisar e relacionar o poema com a música. O que fala cada autor, como a ideia de cada obra é passada, quais sentimentos são expressados, enfim, o objetivo é explicar as semelhanças nos assuntos tratados. É interessante trabalhar Fernando Pessoa com a atualidade, relacionando-o com outros autores parecidos, com autores que criaram heterônimos e pseudônimos (sempre explicando a diferença dos dois) e utilizando os meios de comunicação ao qual foi transmitido seus pensamentos, fazendo assim os alunos se familiarizar facilmente ao autor e instigar o interesse dos jovens acerca de quem foi Fernando Pessoa.

Exemplos que podem ser aplicados na sala de aula com base nessa dinâmica:

1º - “So Happy I could die” (Lady Gaga) com “A morte chega cedo” (Fernando Pessoa)
2º - “Just a Fool” (Christina Aguilera) com “Todas as cartas de amor” (Fernando Pessoa)
3º - Speechless” (Lady Gaga) com “ Presságio” (Fernando Pessoa)

https://palavraseestrelas.wordpress.com/2016/05/17/plano-de-aula-projeto-fernando-pessoa/

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Fernando Pessoa e seus heterônimos

          Fernando Pessoa usou seu próprio nome (ortônimo) e seus heterônimos para suas obras. Os seus principais heterônimos e mais conhecidos são Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. As duas obras mais importantes assinadas por Fernando Pessoa e seus heterônimos é o Livro do Desassossego, lançado em 1999 e a outra obra é o Livro Mensagem, lançado em 1934. O Desassossego contém fragmentos de vários tipos de reflexão, seguindo uma influência do humor do autor, suas emoções, amores e seus valores morais.
O Livro Mensagem reúne poemas acerca de grandes personagens da história portuguesa. Na obra o poeta defende o que acha justo, verdadeiro e não tem medo de ir contra outros pensamentos. Ele foi publicado enquanto Pessoa ainda era vivo.

Obras de Fernando Pessoa

Do  Livro do Desassossego
      Ficções do interlúdio: para além do outro oceano
Na Floresta do Alheamento
  Banqueiro Anarquista
  Marinheiro
      Por  ele mesmo
Poesias de Fernando Pessoa

  A barca
  Aniversário
  Autopsicografia
  À Emissora Nacional
  Amei-te e por te amar...
  Antônio de Oliveira Salazar
  Elegia na Sombra
  Isto
  Liberdade
  Mar português
  Mensagem
  Natal
  O Eu profundo e os outros Eu's
  O cancioneiro
  O Menino da Sua Mãe
  O pastor amoroso
  Poema Pial
  Poema em linha reta
  Poemas Traduzidos 
  Poemas de Ricardo Reis
  Poesias Inéditas 
  Poemas para Lili
  Poemas de Álvaro de Campos
  Presságio
  Primeiro Fausto
  Quadras ao gosto popular
  Ser grande
  Solenemente
  Todas as cartas de amor...
  Vendaval
  Alguns poemas
Tabacaria
“...Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.(...)”
 
                                                                                                                   ~ Álvaro de Campos

Ode Triunfal
“...À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica  
Tenho febre e escrevo.  
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,  
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!(...)”
 
                                                                                                                   ~ Álvaro de Campos

Não sei quantas almas tenho
“...Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.(...)” 
                                                                                                                   ~ Fernando Pessoa

Não tenhas pressa

“...Não tenho pressa. Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra....”
 
                                                                                                                   ~ Alberto Caeiro

Quando eu  não te tinha 

“...Quando eu não te tinha 

Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo. 

Agora amo a Natureza 

Como um monge calmo à Virgem Maria, 

Religiosamente, a meu modo, como dantes, 

Mas de outra maneira mais comovida e próxima ... 

Vejo melhor os rios quando vou contigo 

Pelos campos até à beira dos rios;(...)” 
                                                                                                                   ~ Alberto Caeiro

Anjos ou Deuses

“...Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
A visão perturbada de que acima
De nos e compelindo-nos
Agem outras presenças.
Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles não nos percebem,
Nossa vontade e o nosso pensamento
São as mãos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem E nós não desejamos.(...)”
 
                                                                                                                   ~ Ricardo Reis

Tenho mais almas que uma
“...Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.

Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.

Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu 'screvo.”
 
                                                                                                                   ~ Ricardo Reis



domingo, 7 de maio de 2017

A influência nos meios culturais

Fernando Pessoa é um grande influenciador nos meios culturais. É notório que várias vertentes  têm o poeta como grande orientador através de suas obras. Cantores como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Ney Matogrosso, entre outros, têm o poeta como grande influência em suas canções e declamações. Na música “Há tanta suavidade em nada a dizer” Ney Matogrosso canta um trecho do poema Não digas nada!



“... Talvez que amanhã 
       Em outra paisagem 

  Digas que foi vã 

        Toda essa viagem...”.

Pessoa também influenciou novelas e personagens, e teve seus poemas citados em muitos desses trabalhos, por exemplo, a novela Totalmente Demais transmitida pela Rede Globo em 2016, o personagem Arthur (Fábio Assunção) citou os trechos:

“O poeta é um fingidor que finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente”, Fernando Pessoa.

“O amor, quando se revela, não se sabe revelar. Sabe bem olhar pra ela, mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente não sabe o que há de dizer. Fala; parece que mente. Cala; parece esquecer. Ah, mas se ela adivinhasse, se pudesse ouvir o olhar, e se um olhar lhe bastasse pra saber que a estão a amar!”, Fernando Pessoa.

“É preciso ser infeliz, de vez em quando, pra poder ser natural. Nem tudo é dias de sol”, Fernando Pessoa.

Os filmes também foram influenciados pelo poeta como conversa acabada que conta a história da amizade entre Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro, um filme português.



 O longa metragem La gentilezza del tocco ( A suavidade ao toque), filme  italiano lançado em 1987, inspirado na obra Livro do Desassossego.


O grande poeta também teve grande atuação sobre vários escritores, seus versos são inspiração para outros poetas como também romancistas, como o livro lançado por Elisa Lucinda, Fernando Pessoa - O Cavaleiro de Nada é uma biografia que mistura traços dos contos do escritor com os de Lucinda.




As obras e biografia de Fernando Pessoa e dos seus heterônimos, devem ser divulgadas por meio da TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), principalmente, com o objetivo de universalizar o ensino, capacitar pessoas e ter uma inclusão, equidade e qualidade na educação, tendo acesso à todos. A mídia como um grande meio de informação e interação, proporciona capaz comunicação entre emissor e receptor, acontecendo esse transporte de mensagem, simultaneamente. As TIC, têm grande influência nos dias atuais, devido seu uso em massa, por meio das redes sociais e navegadores.
Com a divulgação, através da mídia, o público tem maior facilidade de ter contato com o conteúdo, pois com a inserção, por exemplo, dos poemas e da vida do autor em livros digitais, filmes, séries, músicas, novelas e afins, torna o conteúdo mais interesse aos jovens e adultos. A nova geração não têm tanto interesse em buscar por si só a vida do autor, as pessoas só buscam quando lhe convém, sendo obrigadas ou por vontade própria.
Algumas formas das pessoas buscarem os assuntos, independente de qual seja o autor, é fazendo com que o assunto seja interessante, inovando as formas de apresentar os livros, deixando a Literatura mais acessível aos jovens, chamando atenção no âmbito escolar, não trabalhando a história do autor de forma maçante, ensinar de maneira diferente, com paródias de músicas conhecidas, fazendo jogos, músicas, gincanas e envolvendo o aluno de forma que ele acha interessante de se aprender.

Algumas músicas interpretadas por cantores:


"O Rio da Minha Aldeia" de Alberto Caeiro, interpretado por Tom Jobim.
"Segue o Teu Destino" de Ricardo Reis, interpretada por Sueli Costa & Nana Caymmi.
"Glosa" de Fernando Pessoa, interpretado por Francis Hime & Olivia Hime.
"Meantime" de Fernando Pessoa, interpretado por Ritchie.
"Emissário de um Rei Desconhecido" (Passos da Cruz XIII) de Fernando Pessoa, interpretado por Milton Nascimento & Eugenia Melo e Castro.
"Passagem das Horas" [Fragmento] de Álvaro de Campos, interpretado por Francis Hime & Marco Nanini.
"Meus Pensamentos de Mágoa" de Fernando Pessoa, interpretado por Edu Lôbo.
"Livro do Desasossego" (Fragmento 145) de Bernardo Soares, interpretado por Olivia Byington & Eduardo Duvivier.
"Saudade Dada" de Fernando Pessoa, interpretado por Arrigo Barnabé.
"Na Ribeira Deste Rio" de Fernando Pessoa, interpretado por Dori Caymmi.
"Cavaleiro Monge" de Fernando Pessoa, interpretado por Tom Jobim.
"O Menino da Sua Mãe" de Fernando Pessoa, interpretado por Francis Hime & Marília Pera.
"Quem Bate à Minha Porta" de Fernando Pessoa, interpretado por Arrigo Barnabé & Vânia Bastos.
"Cruzou por Mim, Veio Ter Comigo, Numa Rua da Baixa" de Álvaro de Campos, interpretado por Nando Carneiro & Jô Soares.
"Autopsicografia" de Fernando Pessoa , interpretado por Tom Jobim.



Referências Bibliográficas: